Direção: Alejandro Iñarritu, 2016. |
Um
excelente filme sobre
sobrevivência. O filme conta a história de Glass, um explorador que está com
sua equipe desbravando o oeste norte americano no século XIX. Esses
exploradores acabam sendo atacados por nativos americanos, e os que restaram da
equipe tem que fugir para se salvar. Após a fuga, com um número bem menor de pessoas,
Glass é atacado ferozmente por um urso cinzento, mas acaba sobrevivendo por um
triz. A equipe, então, luta pela vida de Glass, que acaba sendo um peso muito
grande para a sobrevivência de toda a equipe, que o abandona à beira da morte.
Glass vê-se obrigado a sobreviver sozinho nesse oeste americano, frente ao frio
e ao desconhecido.
O
diretor é Alejandro González Iñarritu, que venceu o Oscar por Birdman (2014), e
aqui traz novamente alguns de seus elementos marcantes, como o plano sequência
tão comentando em seu último trabalho. Em The Revenant (2016), os cortes são
mais claros e os planos sequências funcionam muito bem; destaco a batalha entre
os nativos americanos e a equipe de exploradores onde há um plano muito bem
dirigido e editado. O longa se passa em florestas no deserto norte americano
ainda não desbravado, numa região com muita neve, árvores e animais silvestres,
o que dá vários objetos para uma fotografia fantástica, e isso é muito bem
aproveitado aqui: a fotografia é incrivelmente linda, provavelmente a melhor
dos últimos anos. O filme é longo, duas horas e meia, e o ritmo é um pouco
lento, pois parte das cenas são de Glass sozinho tentando sobreviver, com
pouquíssimos diálogos, focando nas expressões corporais do ator e na fotografia
do filme.
É
difícil escrever sobre o elenco, pois temos Leonardo DiCaprio como
protagonista, e Tom Hardy como coadjuvante. Particularmente, eu amo DiCaprio e
seus filmes, desde This Boy’s Life (1993) e What’s Eating Gilbert Grape (1993),
e ver seu crescimento como ator por mais de 20 anos é fantástico. Aqui,
DiCaprio interpreta Glass, que luta por sua vida na selva norte americana em
meio ao frio mortal, e com uma atuação contida, mas excelente, ganha o filme e
mais uma indicação ao Oscar facilmente. Vemos nesse filme um contraponto da
atuação de DiCaprio em The Wolf Of Wall Street (2013). Tom Hardy interpreta o
antagonista, que acaba deixando Glass sozinho, influenciando toda sua equipe
para isso. A sintonia dos dois é bem interessante, e Tom Hardy está
irreconhecível, gosto bastante do trabalho dele também.
Por
fim, destaco a cena final dos dois, o clímax do filme, com atuações, direção,
edição, fotografia, mixagem de som e maquiagem muito bem feitos. Creio que um
ponto fraco seja realmente o roteiro, mas não achei algo que pesasse muito,
pois os aspectos positivos sobressaem a isso. Um filme de Oscar, não ficaria
surpreso se ganhasse a estatueta de Melhor Filme, Melhor Ator e Fotografia,
como Melhor Diretor penso que não, pois Iñarritu já levou o último prêmio da
academia. Nota entre 9,5 e 10, pois sou chato para dar um 10 para qualquer
filme.
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