quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

The Revenant

Direção: Alejandro Iñarritu, 2016.
Um excelente filme sobre sobrevivência. O filme conta a história de Glass, um explorador que está com sua equipe desbravando o oeste norte americano no século XIX. Esses exploradores acabam sendo atacados por nativos americanos, e os que restaram da equipe tem que fugir para se salvar. Após a fuga, com um número bem menor de pessoas, Glass é atacado ferozmente por um urso cinzento, mas acaba sobrevivendo por um triz. A equipe, então, luta pela vida de Glass, que acaba sendo um peso muito grande para a sobrevivência de toda a equipe, que o abandona à beira da morte. Glass vê-se obrigado a sobreviver sozinho nesse oeste americano, frente ao frio e ao desconhecido.

O diretor é Alejandro González Iñarritu, que venceu o Oscar por Birdman (2014), e aqui traz novamente alguns de seus elementos marcantes, como o plano sequência tão comentando em seu último trabalho. Em The Revenant (2016), os cortes são mais claros e os planos sequências funcionam muito bem; destaco a batalha entre os nativos americanos e a equipe de exploradores onde há um plano muito bem dirigido e editado. O longa se passa em florestas no deserto norte americano ainda não desbravado, numa região com muita neve, árvores e animais silvestres, o que dá vários objetos para uma fotografia fantástica, e isso é muito bem aproveitado aqui: a fotografia é incrivelmente linda, provavelmente a melhor dos últimos anos. O filme é longo, duas horas e meia, e o ritmo é um pouco lento, pois parte das cenas são de Glass sozinho tentando sobreviver, com pouquíssimos diálogos, focando nas expressões corporais do ator e na fotografia do filme.

É difícil escrever sobre o elenco, pois temos Leonardo DiCaprio como protagonista, e Tom Hardy como coadjuvante. Particularmente, eu amo DiCaprio e seus filmes, desde This Boy’s Life (1993) e What’s Eating Gilbert Grape (1993), e ver seu crescimento como ator por mais de 20 anos é fantástico. Aqui, DiCaprio interpreta Glass, que luta por sua vida na selva norte americana em meio ao frio mortal, e com uma atuação contida, mas excelente, ganha o filme e mais uma indicação ao Oscar facilmente. Vemos nesse filme um contraponto da atuação de DiCaprio em The Wolf Of Wall Street (2013). Tom Hardy interpreta o antagonista, que acaba deixando Glass sozinho, influenciando toda sua equipe para isso. A sintonia dos dois é bem interessante, e Tom Hardy está irreconhecível, gosto bastante do trabalho dele também.


Por fim, destaco a cena final dos dois, o clímax do filme, com atuações, direção, edição, fotografia, mixagem de som e maquiagem muito bem feitos. Creio que um ponto fraco seja realmente o roteiro, mas não achei algo que pesasse muito, pois os aspectos positivos sobressaem a isso. Um filme de Oscar, não ficaria surpreso se ganhasse a estatueta de Melhor Filme, Melhor Ator e Fotografia, como Melhor Diretor penso que não, pois Iñarritu já levou o último prêmio da academia. Nota entre 9,5 e 10, pois sou chato para dar um 10 para qualquer filme.

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